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Dispositivo simplifica operação de escoamento da água, que é jogada longe da instalação.

Esvaziar um bebedouro circular, do tipo australiano (de fundo cônico), para fazer sua limpeza não é tão simples quanto parece. Para drenar a água, é necessário desrosquear o tampão do ralo, que fica no centro da circunferência, do lado de dentro. Dependendo do tamanho do bebedouro, o peão não consegue alcançar o tampão e é obrigado a entrar na instalação para retirar essa peça e liberar a água. “Além de desconfortável, essa operação é extremamente perigosa, devido ao risco de um escorregão dentro do bebedouro”, adverte Arthur Gonçalves dos Santos Cezar, consultor da Boviplan, de Piracicaba, SP.

Há outros inconvenientes. O acúmulo de água em volta da instalação após a execução da tarefa favorece a formação de lama. Quando se opta por concretar essa área, o escorrimento de água costuma formar um degrau no limite entre o concreto e o chão de terra, dificultando o acesso dos animais. A abertura de um vão no meio da base concretada, para que a água drenada se infiltre, tampouco resolve o problema. “Se for necessário esvaziar todo o volume de uma vez, o solo não consegue absorver todo o líquido e a água transborda”, diz o consultor.

Solução simples

Para evitar esses transtornos, Cezar criou um sistema simples e prático que permite esvaziar os bebedouros sem entrar dentro deles. Após substituir o tampão do ralo da instalação por um niple (conexão com rosca em ambas as extremidades), ele rosqueia em sua porção inferior (que fica voltada para a parte de baixo do bebedouro) uma peça em L, chamada de “joelho”, com o mesmo diâmetro (1 ½ polegada) do niple. Feito isso, ele acopla nesse joelho um pedaço de mangueira, aqui denominado de “rabicho”, também de mesmo diâmetro. Na outra ponta desse rabicho, Cezar coloca um registro. “Quando o peão vai esgotar o bebedouro, basta conectar nele uma outra mangueira maior, abrir o registro e despejar a água onde deseja, cada vez em um ponto diferente”, diz.

A ideia foi testada com sucesso na Fazenda Canaã, em Ariquemes, RO, onde o consultor presta assistência. Como a fazenda tinha uma mangueira mais fina (1 polegada), para aproveitá-la como “rabicho” foi preciso fazer uma adaptação, usando um pedacinho de mangueira com o mesmo diâmetro do joelho e um redutor. Na propriedade, optou-se por fazer um “rabicho” com 30 cm a mais do que o raio do bebedouro, para facilitar a conexão da mangueira de descarga de água.

Tipo de material

Cezar explica que optou por trabalhar com um “rabicho” porque esse pedaço de mangueira pode ser facilmente escondido debaixo do bebedouro, o que evita que os animais pisoteiem a peça e quebrem o registro de fluxo de água. Pensando em durabilidade, o consultor recomenda empregar uma mangueira mais resistente. Na Fazenda Canaã, foi usado um modelo de polietileno próprio para irrigação. Já a mangueira que é conectada ao “rabicho” para despejar a água em local apropriado, pode ser de material mais leve. “Uma boa opção são aquelas de jardim, flexíveis e fáceis de ser transportadas”, diz o técnico.

Finalizado o serviço, o peão pode enrolar essa mangueira de despejo, colocá-la no trator ou veículo e usá-la na limpeza de outros bebedouros. Não há uma recomendação específica de comprimento para essa mangueira. O importante é que ela tenha tamanho suficiente para que a água drenada do bebedouro seja distribuída pelos arredores, evitando concentração em um único ponto e formação de lama próximo à instalação.