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Enquanto um vaqueiro aciona o comando da pescoceira do tronco de contenção individual para liberar o animal, outra pessoa, na plataforma lateral externa, se apressa em puxar a haste que movimenta a porteira, para encaminhar o boi à manga desejada. Essa descrição retrata a triagem de bovinos em apartadouros do tipo “ovo” (hexagonal). Toda essa movimentação, entretanto, pode ser simplificada, economizando-se estrutura e mão de obra. Com alterações na posição dos mecanismos de movimentação das porteiras, o mesmo vaqueiro que manuseia o tronco consegue abri-las ou fechá-las ao nível do solo, eliminando-se a plataforma externa. Melhor ainda: sem a necessidade de ajuda de uma segunda pessoa para concluir a operação.

Essa modificação foi feita com sucesso na Fazenda Canaã, em Ariquemes, RO. A separação dos animais, logo após sua saída do tronco de contenção, era realizada com o auxílio de varas de metal (uma para cada porteira), exigindo que o vaqueiro se posicionasse na parte superior do apartadouro (plataforma), de onde ele manuseava as porteiras para direcionar os animais rumo a uma das quatro mangas. “A primeira coisa que foi eliminara plataforma. Depois, mudamos os puxadores de porteira de lugar. Eles foram instalados na parede lateral do embarcadouro ligado ao tronco (veja foto). As hastes atravessam essa parede, por meio de furos, e vão se fixar, do lado de dentro do embarcadouro, em suas respectivas porteiras. Assim, o funcionário posicionado no tronco pode abri-las ou fechá-las, segurando o puxador da haste, em formato de L”, explica Arthur Gonçales dos Santos Cezar, consultor da Boviplan, de Piracicaba, SP.

As hastes operam três das porteiras de apartação. “A quarta, fica ao lado do vaqueiro, ele consegue empurrar com as mãos. Puxando uma cordinha, ela volta para o lugar”, completa. Como o vaqueiro trabalhando no tronco não enxergava o que ocorria no apartadouro tipo “ovo”, cujas paredes são totalmente fechadas para facilitar o fluxo de animais, retirou-se uma das tábuas superiores (ao nível do olho) para possibilitar sua visão. “Assim, ele pode acompanhar, sem dificuldade, se o animal está indo para a manga correta”, explica Cezar. Segundo ele, ao fazer o manejo, o ideal é que o vaqueiro abra primeiro a porteira do apartadouro e somente depois libere o animal do tronco de contenção. Caso contrário, ele pode ficar rodando dentro do “ovo” e se estressar.

A abertura das porteiras também pode ser feita com sistemas de roldanas e contrapesos, que, segundo o consultor, são mais adequados para apartadouros “em linha”. Esse modelo, presente nos currais mais modernos, caracteriza-se por ser um corredor com duas a quatro porteiras laterais, que abrem para dentro, dando acesso às mangas. Pela disposição em paralelo das porteiras, há menos risco de as cordoalhas das roudanas se “enroscarem” ao serem acionadas para abertura ou fechamento. “Já o manuseio de hastes ou varões é mais complicado nesse tipo de apartadouro”, complementa.