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Na terceira semana de outubro chegamos ao volume de 142,6 toneladas de carne bovina fresca, refrigerada e congelada que foi exportada, segundo dados divulgados pela Secex (Secretaria de Comércio Exterior). A média diária exportada fechou o período em 10,1 mil toneladas, muito superior às 4,1 mil toneladas registradas em outubro de 2021.

Se os números de exportação são animadores para o mercado pecuário, o preço da arroba do boi, por sua vez, não inspira tantas alegrias assim. É visível a queda nos preços do animal terminado que são praticados em todo o Brasil. A justificativa principal para essa queda se dá porque apesar do grande volume de venda externa, a parcela de proteína exportada corresponde a apenas 30% do total produzido no País. Todo o restante se destina ao mercado interno, que permanece tímido na comercialização da proteína.

O quadro Preços do Boi Gordo no Mundo mostra os valores da arroba do boi gordo, em dólares americanos, em quatro dos principais países exportadores mundiais, no período compreendido entre os dias 16 de setembro e 14 de outubro de 2022.

Dos países avaliados, houve aumento no preço apenas da arroba australiana, passando de US$ 98,33 a US$ 102,30 (4,04%). Houve queda percentual de 4,43% no Brasil, 1,44% na Argentina e 1,37% nos Estados Unidos.

Apesar da baixa variação no preço da arroba argentina, o País vizinho está passando por maus bocados quando se trata do consumo interno da proteína bovina. Segundo dados divulgados Bolsa de Comércio de Rosário (BCR), em 2021, o consumo médio de carne foi de 47,8 kg/habitante/ano, menor patamar desde 1920.

No próximo gráfico, Evolução do preço da arroba do boi gordo por unidade da federação, podemos observar a variação de preços da arroba em nove das principais praças pecuárias do Brasil, pesquisadas entre os dias 16 de setembro e 14 de outubro de 2022.

A arroba do boi gordo continuou demonstrando queda durante o período avaliado. Todos os estados fecharam o período com valor médio da arroba abaixo R$ 290,00, com exceção de Santa Catarina, que fechou o período com preço médio de R$ 308,38, que apresentou queda percentual de 3,10%. A queda percentual nos demais estados foi de 4,86% no Mato Grosso, 4,17% no Pará, 3,64% em Goiás, 3,23% no Paraná, 3,06% em Mato Grosso do Sul, 2,67% em São Paulo, 2,65% em Rondônia e 2,37% em Minas Gerais.

O gráfico Média do preço da desmama mostra o preço médio pago pelo macho Nelore desmamado de 180 kg, praticado no período compreendido entre os dias 16 de setembro e 14 de outubro de 2022.

Na desmama o cenário não foi diferente do que vimos na arroba do boi gordo. Houve queda em quase todas as praças. Apenas Minas Gerais que apresentou quase imperceptível aumento, de 0,04%. A maior queda ocorreu em Goiás (6,53%), seguida de Paraná (6,02%), Santa Catarina (3,73%), Rondônia (3,33%), Mato Grosso (2,94%), Mato Grosso do Sul (1,51%), Pará (1,21%) e São Paulo (0,02%).

O último gráfico, Relação de Troca média, apresenta as relações de troca do bezerro macho desmamado e do boi magro com o boi gordo, entre os dias 18 de setembro e 14 de outubro de 2022.

A relação de troca desmama:boi gordo demonstrou aumento percentual no Paraná, passando de 1,81:1 para 1,86:1 (3,06%), seguido de Goiás (3,05%), Santa Catarina (0,81%) e Rondônia (0,68%).

 Houve diminuição percentual em São Paulo, que passou de 1,96:1 para 1,90:1 (3,23%), seguido do Pará (3,08%), Minas Gerais (2,45%), Mato Grosso (2,02%) e Mato Grosso do Sul (1,65%).

Na relação de troca boi magro:boi gordo, o único estado que não apresentou queda na avaliação do período foi o Paraná, com leve aumento na relação de troca, passando de 1,24:1 para 1,25:1 (0,96%). Todos os outros estados avaliados apresentaram queda percentual, com destaque para Minas Gerais, que passa de 1,24:1 para 1,20:1 (3,44%), seguido de Rondônia (2,86%), Pará (2,70%), Mato Grosso (2,67%), Mato Grosso do Sul (1,97%), Goiás (1,69%), São Paulo (1,45%) e Santa Catarina (1,39%).

Autores:
Antony Sewell – Sócio e Consultor (Boviplan)
Victória Girnos – Analista de Conteúdo (Boviplan)
Matéria publicada na Revista AG – Edição Novembro – 2022